As Melhores Dicas para Cultivar em Vasos
Uma das formas mais eficazes de reduzir a pegada ecológica da nossa alimentação é cultivando alimentos.
Dito assim parece o chavão de uma rotina complexa, que necessita de muito espaço e inúmeros acessórios dispendiosos. Mas nada disso é verdade.
Para cultivarmos alguns dos alimentos que consumimos não é necessário conhecimento especializado, nem muito terreno, nem muito material. Apenas alguma organização, dedicação e algum investimento económico.
Como bem sabemos que a maioria dos portugueses apenas possui pequenos espaços exteriores, como varandas ou terraços, partilhamos dicas para que experimente cultivar em vasos.
Para que os seus cultivos sejam bem sucedidos é fundamental adequar as plantas ao espaço. Para tal, necessita de compreender as condições do mesmo, ou seja: quantas horas de luz solar incidem nesse espaço, se é ventoso, se se encontra exposto a atmosfera marítima, se atinge temperaturas muito altas (como ocorre em varandas marquisadas ou varandas constituídas por vidro voltadas a Sul).
Com estas condições compreendidas o passo seguinte é a escolha das plantas, que devem sempre adequar-se às mesmas. Adicionalmente sugerimos que escolha legumes, frutas ou ervas aromáticas que gosta de consumir com regularidade, que são difíceis de encontrar e/ou que compra com regularidade e são dispendiosas.
Recomendamos que prefira sementes invés de plantas, pois será mais económico e sustentável. Pode semear de forma muito simples, recorrendo a caixas de ovos ou embalagens de plástico reaproveitadas e furadas para uma drenagem eficaz (pode furar de forma fácil com uma faca ou espeto metálico).
Assim que as suas plantas se encontrarem grandes vai precisar de as plantar no seu vaso final.
Cada planta que escolheu, na prática a saqueta de sementes que comprou, inclui informação sobre a necessidade de espaço horizontal e vertical que a sua planta necessita para se desenvolver corretamente.
Com essa informação em mãos conseguirá compreender se as suas plantas podem ser plantadas em floreiras normais (o que acontece com todas as plantas com raízes curtas, como as alfaces, os rabanetes e os espinafres) ou em vasos mais fundos (como para o caso de cenouras, tomates e pimentos).
Com a lista de vasos que necessita completa, recomendamos que verifique em casa se possui recipientes que possam servir de vasos. É muito simples: garrafões, recipientes de gelado grandes, recipientes grandes de iogurte e latas grandes, são perfeitos para cultivar e simultaneamente económicos e sustentáveis. Apenas necessita de os lavar, cortar à medida e furar no fundo com cuidado e estão prontos a utilizar.
Para plantar necessitará de: preencher o fundo do vaso com bolas de argila, pedras ou pedaços de cerâmica (por exemplo de pratos ou vasos partidos), cobrir com substrato de boa qualidade adequado ao cultivo orgânico e misturado com algum composto, que pode ser proveniente de compostagem doméstica, húmus de minhoca ou alguma variante de estrume bem curtido.
Com este componentes os seus vasos estão prontos para receber as suas plantas já crescidas.
Se escolheu plantas com ciclo de vida curto recomendamos que, assim que as plantas crescidas vagarem os seus tabuleiros de sementes, semeie novamente com as mesmas plantas (se ainda dentro do período de sementeira) ou novas, preparando assim já a nova colheita.
Para que as suas plantas se desenvolvam corretamente em vaso necessitam de mais atenção, rega e fertilização, em comparação com as plantas cultivadas diretamente no solo, pois a área de solo no vaso é consideravelmente menor do que a planta teria acesso na terra.
Assim é fundamental adequar a rega às condições meteorológicas, temperatura sentida e exposição solar do espaço, podendo ser necessário regar todos os dias, no Verão. Contudo existem formas de tentar manter a água no interior dos vasos mais tempo, como por exemplo: colocar pratos nos vasos para impedir que a água extra se desperdice e cobrir a superfície do solo com palha, cascalho, erva cortada, bolas de argila ou pedras.
Pode também instalar uma proteção solar no seu espaço (tipo guarda-sol ou estore) e impedir que o sol forte incida nas plantas, ocasionando que sequem e entrem até em choque térmico. Não esquecer apenas de que estas coberturas devem ser removidas sempre que o sol enfraquecer, ou as plantas poderão não se desenvolver por falta de luz solar.
Adicionalmente à água é fundamental que os nutrientes sejam repostos com regularidade no solo, uma vez que em vaso a escorrência dos mesmos é mais intensa, e ao final de pouco tempo as plantas ficam com um solo inerte, que em nada contribui para o seu desenvolvimento.
Assim recomendamos que fertilize uma vez por semana de forma intensa ou, de forma mais branda, todas as vezes que regar. Pode utilizar para tal o líquido obtido por processo de compostagem doméstica, como o bokashi ou a vermicompostagem, ou um fertilizante líquido natural, diluído em água nas dosagens adequadas ao mencionado anteriormente.
Para além da rega e fertilização é importante observar pormenorizadamente as suas plantas, pois com muita facilidade desenvolvem pragas, que se forem detetadas no início, são de fácil eliminação de forma natural e simples. Se mantiver o seu cultivo por tempo suficiente, irá compreender quais as plantas mais propícias a desenvolver pragas e com essa informação recomendamos que recorra à plantação de plantas companheiras com o propósito de repelir essas mesmas pragas recorrentes.
Terminada a época de cultivo principal e, se escolheu plantas anuais, verificará que os seus vasos começam a vagar e a sua horta a mudar e a diminuir, o que dá o mote para a aproximação dos dias frios.
Recomendamos que aproveite o momento de mudança para remover todas as plantas mortas, recolher o solo num saco ou contentor impermeável, deixar secar e limpar os vasos (razoavelmente, não precisam de estar perfeitos). Guardá-los num espaço seco e protegido até ao próximo cultivo.
Se “apanhar” o bichinho do cultivo, neste momento do ano estará também a apontar o que correu bem e o que correu menos bem e a planear os seus cultivos para o próximo ano, pois quanto mais cedo começar, com mais calma poderá planear e concretizar tudo.
Com estas dicas esperamos que se sinta motivado a experimentar cultivar alguns dos seus alimentos preferidos. Tal como mencionamos apenas necessita de algum material, que pode ser reutilizado ou reaproveitado, substrato, fertilizante, água e sementes, mas principalmente amor e dedicação.
Comece devagar, com poucas plantas e vá-se habituando ao ritmo de semear, plantar, colher e recomeçar. As possibilidades, mesmo para um espaço pequeno, são infinitas, na realidade até arbustos é possível desenvolver de forma correta e produtiva, basta começar!
Experimente, divirta-se e partilhe a aventura com a família e amigos. O seu “bichinho” para cultivar vai fazê-lo aprender, falhar, voltar a tentar e ser feliz rodeado de vida na sua varanda ou terraço produtivo.
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