Dicas para Colher e Secar Ervas Aromáticas

Dicas para Colher e Secar Ervas Aromáticas
Fotografia de Markus Spiske / Unsplash

As ervas aromáticas estão a ganhar o seu lugar na cozinha portuguesa, e ainda bem. Estas ervas valorizam o sabor e o aroma dos alimentos, fornecendo-lhe ainda mais atributos e benefícios na hora de servir e consumir. Dependendo da refeição e da erva podem ainda ajudar a reduzir o sal utilizado, o que se traduz num ganho de saúde para toda a família, pois como é do conhecimento geral, o consumo excessivo de sal tem efeitos muito prejudiciais no organismo.

Apesar do cultivo de ervas aromáticas ser simples e poder ser até feito no interior de casa aproveitando um parapeito de janela, para podermos beneficiar do máximo das suas propriedades, as mesmas devem ser colhidas em momentos ótimos e posteriormente secas para assegurar a manutenção de todos os seus benefícios. Desta forma não ocorre desperdício por falta de utilização, é garantida a colheita no momento ideal e o máximo de aproveitamento.

Hoje partilhamos dicas para que cultive as suas ervas aromáticas e tire o máximo partido das suas propriedades aprendendo qual o melhor momento para a sua colheita e procedimento de secagem mais indicado.

Fotografia de Sixteen Miles Out / Unsplash

A variedade de ervas aromáticas é grande e podem dividir-se em dois grandes grupos: anuais com um ciclo de vida de aproximadamente um ano, ou excecionalmente dois, e perenes com um ciclo de vida superior a dois anos e manutenção da folhagem em todas as estações.

São exemplos de anuais a salsa, os coentros, o endro, a camomila, o cerefólio, a stévia, o manjericão e a manjerona. E por seu lado são exemplos de perenes: o alecrim, o tomilho, o rosmaninho, a hortelã, a erva-cidreira, o funcho e o estragão.

Tal significa que todas as ervas anuais terão que ser novamente semeadas, ou plantadas, todos os anos, enquanto as perenes irão partilhar o espaço exterior consigo durante um número variável de anos. Consequentemente as ervas anuais estão disponíveis para colheita por um período de tempo inferior e o seu crescimento é muito mais evidente e rápido do que nas perenes.

É possível secar qualquer tipo de ervas aromáticas, contudo como são muito sensíveis é importante seguir alguns passos para que sejam obtidos os melhores resultados possíveis.

Fotografia de Charlotte Thomas / Unsplash

Para um maior aproveitamento de todos os benefícios aromáticos, gastronómicos e até medicinais das ervas aromáticas que escolher é fundamental a observação do ciclo de vida da planta e realizar a colheita durante a sua fase de desenvolvimento ótimo, que ocorre um pouco antes ou durante a floração.

Adicionalmente à fase do ciclo de vida é também importante aguardar pelo melhor dia e hora para realizar a colheita. Este será sempre um dia de sol, após o orvalho ter evaporado das folhas e antes do sol incidir diretamente sobre as plantas, pois irá evaporar os seus óleos e reduzir as suas propriedades.

Caso pretenda realizar mais do que uma colheita da mesma planta, sugerimos que colha em menor quantidade para permitir a recuperação do desbaste e a manutenção do seu crescimento. Da mesma forma se pretender aproveitar as sementes deverá aguardar que as flores tenham morrido, este facto é evidenciado por uma clara mudança no aspeto e cor da flor, que deverão ser murcho e acastanhada.

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Se tiver comprado as ervas aromáticas no seu mercado local recomendamos que as mude para vasos mais espaçosos e as deixe ambientar e desenvolver até realizar qualquer colheita. Fazemos notar que é fundamental que opte por ervas aromáticas de produção biológica e que promova o seu crescimento com a utilização de algum fertilizante líquido.

Herbs hanging on a string
Fotografia de Ilse Orsel / Unsplash

Após a colheita as ervas devem ser lavadas em água limpa para remover sujidade e eventuais insetos, enxugadas cuidadosamente e devem prosseguir rapidamente para o método de secagem escolhido, de modo a minimizar perdas de nutrientes e propriedades.

Existem três possibilidades: ao natural, no forno ou micro-ondas ou no desidratador.

A secagem ao natural pode ocorrer em qualquer divisão da sua casa que seja seca, com temperatura estável e não possua incidência de luz solar direta, como uma cave, a despensa ou até um sótão.

Recomendamos que faça pequenos raminhos e que os pendure, pois tal permite um melhor arejamento do que uma secagem sobre uma superfície. As ervas devem ser verificadas todos os dias, e o raminho reorganizado, se necessário, para garantir que todas secam à mesma velocidade e que não existe formação de bolores. Com este método a secagem deve estar completa ao final de 7 dias, contudo é muito variável, pois depende integralmente das condições da divisão escolhida.

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Se por outro lado preferir utilizar a secagem num eletrodoméstico, pois o processo é mais controlável e menos demorado, saiba que deve cortar as ervas aos pedaços, dispor num tabuleiro não amontoadas e embrulhar em papel manteiga, para o caso do forno, e papel de cozinha para o micro-ondas, adicionando neste último um copo de água durante todo o procedimento. Para utilizar o desidratador deve cumprir o procedimento sugerido no manual de utilização, que deve consistir num curto período de tempo e baixa temperatura de secagem.

Em todos os casos a temperatura de secagem não pode ser superior a 100ºC e as ervas devem ser vigiadas constantemente para que não queimem. Assim que apresentarem uma textura quebradiça estão prontas. Poderá ser necessário revolvê-las a meio do processo para que sequem uniformemente.

Como nota final é importante referir que todos os métodos de secagem a quente retiram propriedades às plantas, pois interferem com os seus óleos essenciais, o que resulta num produto de qualidade inferior.

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Fotografia de Anne Nygård / Unsplash

Após secas estas ervas de propriedades incontáveis podem ser conservadas em frascos de vidro limpos durante um período de 18 meses. O seu consumo deve ser moderado, pois as suas propriedades são mais intensas e o seu sabor mais forte, comparativamente ao estado fresco.

Utilize-as para os seus preparados culinários, a sua cosmética natural, os seus artigos utilitários para casa (como velas e ambientadores de variados tipos) e ainda para criar a sua farmácia natural.

Esperamos que esta partilha o tenha motivado a cultivar as suas ervas aromáticas e a tirar o máximo partido de todas as suas benéficas propriedades gastronómicas, cosméticas, utilitárias e até medicinais.

Experimente e bons cultivos!

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