Habitat, Biodiversidade e Pandemias
Hoje celebra-se o Dia Mundial do Animal e decidimos assinalar a data partilhando a relação entre a destruição direta de habitats, a perda de biodiversidade, a intensificação agrícola e pecuária e as mudanças climáticas, com a ocorrência de pandemias.
Ainda não terminou oficialmente a pandemia de Covid-19 que atravessamos nos últimos dois anos, e ainda não compreendemos claramente se os casos voltarão a aumentar e ocasionar motivo para alarme, mas não podemos ignorar que estamos sujeitos a que tudo se repita brevemente com uma nova doença.
De acordo com a WWF Portugal “está provado que a alteração do equilíbrio dos sistemas naturais por destruição direta de habitats, perda de biodiversidade, tráfico de espécies, intensificação agrícola e pecuária e os efeitos amplificadores das mudanças climáticas aumentam significativamente o risco de surgimento de doenças infeciosas transmissíveis às pessoas”.
Convivemos constantemente com vírus e bactérias que, mantendo-se em equilíbrio, não são promotores de doença. No entanto, a destruição das florestas, o consumo e contacto de animais selvagens, a ocupação de terrenos para atividades agropecuárias e as alterações climáticas em si estão a promover um desequilíbrio que facilita o aparecimento e o desenvolvimento de novas doenças.
Para os especialistas não há dúvidas: “a solução é travar e inverter a extinção de espécies, manter a integridade dos ecossistemas, reduzir a nossa pegada ecológica, combater as alterações climáticas e assumir que a nossa saúde depende da saúde do planeta”.
Pode parecer uma missão sem fim à vista, mas existem comportamentos acessíveis a todos e que são possíveis de colocar em prática diariamente. Partilhamos alguns exemplos.
Reduzir o consumo dos alimentos com maior impacto na desflorestação (soja, óleo de palma, carne, cacau, café, colza, milho e açúcar).
Optar por marcas preferencialmente biológicas e que garantam uma produção sustentável.
Adequar a dieta às necessidades nutricionais, variando o máximo possível os alimentos consumidos, nomeadamente os cereais, as leguminosas e as bebidas, evitando assim um grande consumo de um único alimento, como por exemplo o trigo ou o leite de vaca.
Reduzir a compra de artigos provenientes de florestas ao mínimo possível e optar por versões mais sustentáveis como sejam: o papel de impressão reciclado e não branqueado, o papel higiénico de bambu ou de papel reciclado, artigos de madeira em bambu ou em segunda-mão.
Não comprar animais de espécies exóticas sem que as mesmas possuam os devidos certificados comprovativos da sua entrada legal no nosso país e do cumprimento dos respetivos protocolos de saúde.
Reduzir a pegada ecológica em todos os pontos possíveis. Sugerimos o cálculo da pegada ecológica em plataformas oficiais e adaptadas à realidade portuguesa como o Footprint Calculator.
Participar ativamente em projetos nacionais e municipais que promovam práticas sustentáveis a nível governamental, empresarial e da sociedade em geral.
Neste Dia do Animal partilhamos a relação entre habitat, biodiversidade e a ocorrência de pandemias e como todos podemos fazer parte da solução: adotando uma dieta respeitadora do ambiente e um estilo de vida sustentável e promotor da conservação das espécies que connosco partilham este planeta.
Apenas com a participação de todos é possível alavancar a mudança. Junte-se a nós por um futuro sustentável e saudável.
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